The Really GOTY 2013 :: The Last of Us



2013 pra mim foi um ano muito cheio de momentos. Tivemos ótimas notícias, vitórias, perdas, mas sobre tudo, soubemos aproveitar cada momento, aprendemos experimentar sensações de perda e de ganho, e é assim que se vive. Aos poucos, um degrau de cada vez, sem pressa.

Porém, se têm uma coisa que eu realmente não sei por quê não aconteceu, é o fato de alguns títulos que tinham tudo para merecer seus merecidos lugares no Ranking de GOTYies não o terem.
E é sobre isso que a postagem tratará de abordar. Sente-se em seu assento predileto, prepare um café, ligue seu Twitter e clique em Leia mais pois tenho muito o que falar.

GOTY caso não saiba, é a sigla para "Game of The Year Edition", ou "Edição Jogo do Ano". Esse lance funciona como o Oscar funciona aos filmes, críticos especializados no assunto votam em uma densa lista de títulos outrora selecionados, outrora não, qual deve merecer em sua capa o tal selo GOTY, em seguida, a votação é passada para as mãos do público, que votam nos títulos mais indicados pelos críticos para que em fim, os títulos mais votados ganhem GOTY em suas devidas capas e com isso mereçam não só sua adoração - por vias cegas - mas verdadeiras edições de luxo com todas as regalias existentes.


Porém, o GOTY é mais que um simples título. Coloque-se no lugar de uma equipe de produção que realmente deu valor ao seu produto e não apenas fez algo artificial a mando de seus diretores e você dará mais valor a isso. De minha parte, quando vejo uma franquia virar apenas mais um caça-níquel para arrecadar baldes e baldes de dinheiro, essa franquia decai em meu conceito, ela se torna vaga e dependendo do que ela apresentar no final acaba sendo apenas mais um.

Dito isso, discordo totalmente de certas escolhas, assim como você pode e deve discordar da minha, em relação ao verdadeiro "First GOTY 2013". Agora, o meu escolhido, o meu verdadeiro First GOTY 2013 não é GTAV, muito menos Bioshock:Infinite, e nem mencione ACIII ou Black Flag por que a ideia se saturou com suas continuações anuais alá PES\FIFA. Meu Really GOTY é The Last of Us.


THE REALLY GOTY 2013 :: The Last of Us

Lançado no dia 14 de Junho de 2013 (cara, nesse dia eu acordei as 5 da manhã sem ninguém e casa e fui comemorar vendo trailer, lendo matérias, vendo imagens e o caralho em quanto tomava litros e litros de café!), anunciado um ano antes no Spike TV VG Awards, TLoU se tornou rapidamente uma febre de elogios entre críticos e telespectadores.

O título logo se tornou um verdadeiro Best-Seller cultuado pelos donos de PS3, e digo que ele merece tudo que recebeu, menos o não ganho de primeiro lugar no GOTY Awards 2013.

No jogo acompanhamos Joel, um homem comum que vive sozinho em sua filha Sarah, e conta com a ajuda de seu irmão Tommy. Sarah foi deixada anos atrás nas mãos de Joel, seu pai, por sua mãe, que não tinha nenhum interesse em formar uma família e se prender a ela. Sarah de início parece não ter mágoas por conta disso, pelo contrário, ela parece estar mais feliz vivendo apenas com seu pai, do que se amargurando pelos cantos pelo ocorrido de tempos passados.

Joel porém, acabou não tendo sua formação escolar completada pois se viu obrigado a cuidar de sua filha, isso acarretou futuramente, uma certa dificuldade para arrumar bons empregos, não que lhe descem luxúrias, mas que pudessem dar o mínimo do melhor possível a sua filha Sarah.

Já Tommy, bem, tudo que sei sobre sua personalidade ou história é que ele teve um caminho parecido com o de Joel, mas foi um pouco mais além, nunca deixando seu irmão no meio do caminho e sempre ajudando ele no que fosse possível.


Os laços iniciais que TLoU apresenta foram muito bem trabalhos nos primeiros momentos do jogo, como podem ver, e eu descrevi todos eles da melhor forma que achei, dito isso, podemos começar a contar o ponta pé inicial para tudo que define TLoU: Seu Enrendo.

ATENÇÃO, APARTIR DAQUI NARRAREI O PRÓLOGO DE THE LAST OF US, SE DESEJA SENTIR O QUE SENTI NA HORA VÁ JOGAR, CASO NÃO POSSA FAZÊ-LO, ASSISTA AO VÍDEO NO FINAL DA POSTAGEM!

O jogo começa em uma pequena cidade no Texas, que aparentemente, é um tanto distante de sua area urbana. Joel chega de mais um dia cansativo de trabalho, e aparenta estar discutindo algo com seu irmão, Tommy, sobre um empreiteiro. Nesse momento, Sarah está dormindo no sofá com a TV ligada e é acordada sem querer pelo seu pai.

Sarah presenteia seu pai com um relógio, e lhe lembra de seu aniversário que aparentemente foi esquecido devido aos problemas no trabalho. Sarah lhe lembra que agora ele não reclamará sempre de se esquecer das horas com seu relógio novo, Joel tenta trollar a menina dizendo que o relógio está quebrado mas tentativa em vão. A cena corta elegantemente com Joel levando Sarah para a cama depois de adormecida.

Aparentemente, horas depois, Sarah acorda e vê que ainda "É Hoje" e sai em busca do seu pai pela casa. Ao chegar em seu quarto se depara com a TV ligada em um noticiário que mostra uma explosão acontecendo ali perto. Sarah desce as escadas, ainda procurando Joel, e o encontra em um estado de alarme nas portas do fundo. Joel entra com pressa em casa e fecha as portas de vidro pedindo para que Sarah se afaste, em seguida um vizinho aparece com sinal de raiva tentando em vão atacar Joel e batendo na porta de vidro. Joel pega sua arma na gaveta e mais uma vez pede que Sarah se afaste, nesse momento o vizinho invade a casa e é recebido com um tiro certeiro na cabeça, morrendo de vez.

O telefone toca e Joel junto á Sarah seguem de carro para fora do local, em direção a cidade. Sarah pede á seu tio Tommy que ligue o rádio do veiculo, porém o sinal parece ter sido perdido com a estação de rádio. Joel e Tommy conversam sobre o atual estado de infestação da tal doença durante a viagem de carro, preocupada, Sarah pergunta se há chance de ambos estarem infectados. Joel lhe alivia dizendo que não, parece que apenas a cidade e raros casos tiveram um contato direto com o vírus que está causando todo aquele caos.

Durante a viagem é perceptível que o vírus se espalhou rapidamente. Pessoas atacam umas as outras, e um enorme congestionamento impede o prosseguimento do carro pela estrada principal, obrigando Tommy a desviar da rota e seguir por dentro da cidade, porém o carro acaba batendo.

Sarah acorda depois de algum tempo (minutos talvez), e é tirada dos escombros do veículo pelo seu pai, que percebe que ela está com o pé machucado, impossibilitando seu movimento. Joel a carrega no colo e segue com Tommy que os escolta com o revólver usado por Joel no início de tudo. Um susto acontece num beco mas Tommy mata o infectado que pegou Joel e Sarah de surpresa, e ambos prosseguem. 

Fora da zona de perigo, Tommy pega a retaguarda para garantir que ninguém os sigam. Joel e Sarah vão na frente e são abordados por um soldado militar. O Soldado parece estar cego as ordens e atira em Joel, Joel é pego pelo tiro e cai, em seguida o Soldado aponta sua arma para finalizar seu trabalho imundo, mas é morto por Tommy com um merecido tiro na cabeça. 

Sarah acaba sendo atingida pelo tiro do soldado. Joel entra em desespero assim como Tommy que vê na situação a impossibilidade de ajudar Joel. Sarah acaba sendo morta por uma bala cega, e joel se ajoelha com ela nos braços em quanto a consciência de sua filha se esvai de seu corpo.

Fim dos Spoiler, pode ler sem o dedo no gatilho agora leitor energúmeno.

Nos últimos momentos do prólogo eu juro que simplesmente passei o controle para meu único parceiro vivo naquela sala, que energúminicamente não entendeu o peso da cena. Foi também nesse momento que escolhi TLoU como o Melhor jogo de 2013.

A Maioria dos títulos que jogamos e que achamos bom são do tipo sensacional no começo, mas totalmente raso e previsível na próxima vez, porém, TLoU me apresentou tantos detalhes em seu enrendo, em seus cenários, e em sua jogabilidade que o fez ser algo realmente inesquecível.

Para finalizarmos com a parte de estória, é melhor eu explicar a origem de todos esses acontecimentos: A doença que se alastrou de forma alarmante e que toma conta de seus hospedeiros foi causada por um fungo chamado Cordyceps, que sofreu diversas mutações.
Inicialmente, o Cordyceps tomava conta da consciência de formigas hospedeiras, fazendo com que elas atacassem seus semelhantes sem mais nem menos.
A ideia já foi muito utilizada, temos um vírus, que o humano descobriu, e que decidiu que seria melhor estuda-lo com seus semelhantes, acaba que dá tudo errado e a situação piora quando se descobre que seu efeito é algo totalmente imparável, é algo que é passado de um a um, um real efeito Dominó.
Depois dos incidentes mostrados no prólogo, Joel vira um contrabandista de armas ao lado de sua fiel amiga Teess, e no meio de uma desventura acaba ganhando a missão de escoltar e proteger a jovem Ellie que tem apenas 14 anos e carrega algo que pode salvar a humanidade. E é justamente a Ellie que ajuda a fazer desse um dos melhores jogos do ano e do próprio PS3.

Finalizado a explicaçao do surgimento de tudo, vamos ao uma última análise, mas não menos importante: Os quesitos básicos de um jogo.

Gráficos: 5\5
TLoU trouxe um nível de detalhismo muito além de sua geração, tanto é que o jogo não apresentam os Loadings variáveis, que ficam presos a uma estimativa de tempo. O jogo carrega tudo que será usado e com isso cria-se um Loading imprevisível, que diga-se de passagem, é compensado pela tamanha beleza apresentada por todo o jogo.

Os cenários variam, temos cidades que forma bombardeadas e que depois de anos, se fundiram com a vegetação, outrora, temos ambientes mais familiares mas que não apresentam mais sua casualidade confortável de antigamente graças as pilhagens e destruições causadas com o tempo. No meio disso é bastante perceptível o nível de importância que cada detalhe recebeu por parte da Naughty Dog. Cada carro, cada construção, cada arvore têm seus interiores e exteriores extremamente bem trabalhos, e chega a ser inacreditável que tudo isso esteja rodando em algo que não esteja no naipe de um Playstation 4 por exemplo, e o melhor, sem latência alguma! Não há absolutamente nenhum momento no jogo que é possível ver lentidões por parte do processamento do jogo no console, tudo funciona de forma fluída e lisa.

Aqui efeitos climáticos realmente são efeitos climáticos. A Naughty Dog aprendeu e muito com sua aclamada série de aventura, estreada por Natha Drake, Uncharted. Apesar de ter momentos pré-definidos para cada ação climática acontecer, o jogo não economiza atenção aos detalhes desses momentos: quando chove, se você parar perto de uma janela verá que a água escorre por ela, ou mesmo se prestar atenção nas rochas do chão verá que a água escorre.


Quanto aos personagens, cada um têm minímos detalhes que os tornam o que são: Humanos.
Joel e Ellie apresentam diferentes animações para cada coisa que acontece na tela. Se você parar e virar a câmera nos dialogos verá que não só a boca dos personagens se move de acordo com o que eles falam, mas o corpo faz movimentos sugestivos aos diálogos, Ellie têm como marca registrada um leve balançar dos braços por exemplo. Esse nível de atenção também é dado as expressões faciais, que foram muito bem entregues pelos seus respectivos Motion-Caps (Motion-Capturer são as pessoas que dão vida as animações e movimentos dos personagens).

Música: 5\5
Não tenho capacidade de criticar as músicas de forma aprofundante como já perceberam em análises passadas, porém TLoU merece meu esforço. As composições feitas por Gustavo Santaolalla são aquém de perfeitas para a climatização de TLoU, elas são tocantes, belas, e calmas. Um bom exemplo é a trilha sonora tema do jogo que apresenta uma ótima mistura de violão com violino-celo.

A atenção dada aos efeitos sonoros também é de cair o queixo. Durante a jogatina pode se escutar gritos, barulhos, passos e tudo o mais de forma assustadoramente realista. Um exemplo legal disso é quando entramos em um ambiente fechado e escutamos os Estaladores ao longe, é muito audível que o lugar é imenso pelo fato de se ter um eco, que é aplicado a todo barulho de grande porte feito no local.

E para finalizarmos temos uma dublagem digna de cinema e em Português Brasileiro! Eu quero deixar aqui os meus parabéns aos atores que deram voz aos personagens, e quero agradecer a Naughty Dog por ter feito uma obra prima que fosse acessível ao nosso público Gamer que cada vez mais cresce no país. A voz de Joel e de Ellie não saem da minha cabeça desde que joguei o jogo, assim como as muitas outras que apresentam um trabalho que fica pau-a-pau com a dublagem original, Nota 10!

"Diz a eles que Ellie a garotinha foi QUEM QUEBROU A PORRA DO SEU DEDO!"-Ellie, após quebrar a porra do dedo do David presa numa cela.
"Quem se importa..."-Bill, após encontrar seu parceiro da pior maneira existente.
"Mas ainda e Hoje!"-Sarah, depois de ser acordada por Joel.
"E a vi em meus sonhos...VRUUM!VRUUM!VRUUM! HAHAHAHA!"-Henry, irmão mais velho de Sam contando sobre sua vontade de montar numa Harley.

Jogabilidade: 5\5
Durante minha partida de 16 horas que rasgou duas madrugadas ao lado de meu primo, não vi absolutamente nenhum problema de jogabilidade. Posso estar enganado, mas quero deixar claro que uma análise é feita com base em experiências e opiniões e não a vontade do público alvo (ou seja, não vou dizer algo que você queira que eu diga, mas sim algo que eu quero dizer com base no que eu vi e fiz).

Joel e Ellie apresentam pequenas diferenças que obviamente vêm de suas respectivas idades e habilidades. A movimentação é bem objetiva e fácil, nada truncado de mais, e nada rápido de mais. Joel e Ellie podem forjar itens com outros itens pilhados pelos cenários, durante esses momentos eles se abaixam no chão e sacam suas mochilas, deixando o jogado vulnerável á ataques e aumentando a tensão necessária que seus desenvolvedores queriam passar ao jogador, pense em algo que RE5 tentou fazer, porém de forma mais astuta e objetiva.

A mira do jogo é bastante imprecisa, mas de forma a aumentar a tensão e não a de ser completamente ruim. Tendo como base um pequeno indicador na tela, o jogador realmente pena para conseguir bons Head-Shots, aliás, Joel apesar de contrabandista de armas não foi treinado militarmente no uso de armas-de-fogo, e Ellie só têm 14 anos. Falando em diferenças, haverá momentos pré-determinados onde o controle se alterna entre os dois protagonistas, porém, diferente de Ashley de RE4, Ellie é muito eficiente e obedece de forma inteligente a suas ações (se você se abaixa, ela procura abrigo e se abaixa na hora, não chamando a atenção atenção costumeiramente)

O esquema de criar armas e equipamento se utilizando de outros itens é bastante funcional e simples, porém, carece de opções de criação, mas não levo isso como uma falha e sim como algo que será ampliado em uma possível continuação. 

E para finalizarmos aqui, guarde o máximo possível de tijolos...acredite, eles são exageradamente úteis em muitos momento do jogo, e estão por toda parte!


GRAN FINALE!
Gráficos Lindos, Jogabilidade Fluída, Composição Sonora exemplar...sinceramente, tudo isso é apenas um detalhes a mais em The Last of Us, o que realmente importa aqui é seu enrendo profundo e bem escrito, que foi consagrado com uma narrativa impecável e que demostra que uma relação entre pai e filha(o) pode nascer nas mais adversas situações de forma inexplicavelmente sincera e bela, além de apresentar diversos personagens memoráveis e carismáticos. Desculpe GTAV, desculpe Bioshock, mas TLoU é sem dúvida alguma, O Melhor Jogo de 2013 em minha opinião.

Se você têm um Playstation 3 em casa vá correndo buscar sua cópia na loja mais próxima, se não o tive faça como eu: compre o DVD, guarde em casa e vá jogar na casa de um conhecido pois cada minuto no jogo vale a pena. 

Nota Final: 5\5
The Really First GOTY 2013!

Leitores que discordam de tal análise e opinião, peço que comentem o por quê disso, e leitores que concordam digam seus melhor momentos aqui mesmo, nos comentários. Lembre-se também de me seguir no Twitter, onde estou ativo e respondendo qualquer bobagem que me mandam. Até próximo Post!